Projeto RetoTech
O projeto RetoTech é uma iniciativa educativa da Fundación Endesa que tem como objetivo promover a criação de projetos educativos inovadores que transformem a educação dos jovens.
Depois do sucesso nas suas nove edições em Espanha, onde se beneficiaram mais de 4.600 professores e mais de 69.600 alunos, a Fundação Endesa quer estender este desafio também às escolas portuguesas, desafiando professores e alunos a desenvolverem um projeto tecnológico que resolva alguma necessidade real do seu meio circundante, utilizando técnicas como a robótica para o efeito.
O projeto RetoTech desenvolve-se em três fases durante um ano letivo. Em primeiro lugar, os professores receberão formação focada nos três blocos do programa: formação tecnológica, iniciação à robótica com Bitbloq e desenho e impressão 3D. Em seguida, trabalho em sala de aula com os desafios colocados, que envolverá a participação direta dos alunos e no qual o projeto começará a ganhar forma. E por último, a elaboração do projeto final.
Todos os trabalhos serão apresentados no final do ano letivo no Festival Final RetoTech, onde serão também anunciados os vencedores, selecionados de acordo com a sua originalidade, justificação, competência técnica e dimensão estética.
Candidatura ao Projeto:
Projeto Desenvolvido:
Os alunos do 5.º E decidiram
criar uma equipa, chamada Equipa Programadores RetoTech. Para perceberem melhor
que problemas existiam na escola, decidiram pedir ajuda à comunidade escolar.
Gravaram um vídeo de apresentação/divulgação e enviaram esse mesmo vídeo para
todos os professores e funcionários do agrupamento de escolas. Nesse vídeo
contextualizaram o projeto e solicitaram que lhes fossem apresentados problemas
sentidos na escola, para que a equipa pudesse analisar e perceber se os
conseguiam solucionar a partir da robótica ou da impressão 3D. A criação do
texto e o envio do e-mail foi realizado, pelos alunos, nas aulas de Português.
Posteriormente a leitura dos e-mails recebidos, a análise dos problemas e o
envio das respostas foi sempre realizado, em contexto de sala de aula, nas
aulas de Português, Cidadania, Matemática ou Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC). Como nem sempre era possível trabalhar no projeto durante as
aulas e os alunos estavam muito empenhados em dar resposta aos problemas apresentados,
decidiram começar a reunir-se numa hora livre que tinham no seu horário. Assim,
três dos professores envolvidos conseguiram reestruturar o seu horário, de
forma a poderem acompanhar os alunos nesse tempo e com a devida colaboração de
todos os encarregados de educação, ficou definida a reunião semanal da equipa,
às segundas-feiras, pelas 14:10.
Logo nos primeiros e-mails recebidos foram
detetados 4 problemas na escola.
O Sr. Domingos, responsável pela portaria,
escreveu à equipa a indicar que precisava de ajuda com o portão da escola.
Perguntando à equipa se conseguia fazer com que o portão abrisse à distância,
pois assim poderia estar mais atento às entradas dos alunos, sem ter de sair do
seu lugar e até resolveria o problema dos dias de muita chuva, em que fica
sempre molhado quando se desloca para abrir o portão. Os alunos responderam que
podiam resolver e começaram a analisar a programação necessária e os constrangimentos
que a abertura automática poderia trazer. Falaram pessoalmente com o Sr.
Domingos, mostraram a programação dos robôs e explicaram que iriam utilizar
sensores de distância, som, leds, interruptores e servos de 180º para resolver
o problema e criar um sistema de abertura do portão à distância.
A Dona Clara, funcionária do bar dos alunos,
explicou à equipa que foi colocada uma televisão nova na sala de alunos, mas
que está afixada numa parede que não consegue ver do interior do bar e, que
alguns alunos, sem autorização, mudam os canais e aumentam o som. Os alunos
analisaram a situação e responderam que era possível resolver esta situação
utilizando o sensor de distância, o led e o som do robô. Falaram com as
funcionárias do bar e afixaram um dos robôs à televisão para exemplificarem o
funcionamento, confirmando que resolvia o problema apresentado.
A Dona Carla, também funcionária do bar dos
alunos, enviou um e-mail a explicar que os contentores do lixo, não têm pedal
para abrir a tampa e que seria muito útil se a tampa dos contentores levantasse
de forma automática para não terem de colocar o lixo no chão, para abrir as
tampas. Os alunos analisaram o problema e responderam que podiam fazer um
sistema automático utilizando sensores de distância ou um botão, os servos e
som, para dar a indicação da abertura e fecho da tampa.
Vários professores apresentaram a dificuldade que
sentem com as luzes das salas de aula. Como os interruptores estão longe da
mesa do professor, sempre que precisam de ligar/desligar as luzes, têm de parar
o que estão a fazer e deslocar-se até ao interruptor, que fica do outro lado da
sala. Uma das professoras até referiu que às vezes basta passar uma nuvem e
tapar o sol, para ter de ir ligar as luzes e, passado alguns minutos, ter de as
desligar novamente. Os alunos responderam que era possível resolver este
problema e criaram a programação necessária utilizando sensores de
luminosidade, interruptores e leds. Demonstraram a resolução deste problema, no
evento da escola “Escola ao Vivo”, mostrando a professores e alunos de outras
turmas o funcionamento e a programação necessária.
A maqueta do projeto, que demonstra a solução para
estes 4 problemas, foi realizada nas aulas de Educação Visual e nas horas
livres dos alunos, sempre com a colaboração dos Encarregados de Educação que
autorizaram a permanência dos alunos na escola. Para a consecução da maqueta,
tendo em atenção a sustentabilidade ambiental, os alunos procuraram reutilizar
materiais utilizando, por exemplo, caixas de: ovos, cereais, café, papas,
bolachas… A equipa contou ainda com a ajuda dos alunos da Oficina de Competências
que ajudaram na pintura do edifício da maqueta.
Mas o trabalho da equipa não acaba aqui... ainda
existem e-mails com problemas para resolver!